O deputado estadual e pré-candidato a prefeito de São Luís pelo Republicanos, Duarte Júnior, foi o entrevistado desta terça-feira (21) da série de entrevistas com os pré-candidatos lançada por O Estado. Na oportunidade, Duarte assegurou ter o apoio do governador Flávio Dino ao seu projeto eleitoral e criticou o deputado federal e adversário, Eduardo Braide.
Pré-candidato, você exerce o primeiro
mandato eletivo na Assembleia Legislativa, e agora apresenta um projeto mais
ousado, para administrar a capital do estado. Você acredita de fato estar
preparado para esse desafio, ou sua pré-candidatura nasce como uma imposição do
líder do seu grupo político, o governador Flávio Dino?
DJ.: Minha pré-candidatura surge
do reconhecimento das pessoas da minha cidade ao trabalho que desenvolvemos e
aos resultados que garantimos. Tive a honra de ser o deputado estadual mais
votado da história de São Luís. Foram 46.685 pessoas que saíram de suas casas
em um domingo e depositaram sua confiança e reconhecimento ao nosso trabalho.
Esse é o nosso diferencial. Mais do que sonhos ou promessas, apresentamos
resultados concretos. De fato, fizemos uma gestão eficiente e reconhecida no
Procon e repetimos um excelente resultado no Viva Cidadão. Isso que queremos
para São Luís, uma cidade com serviços públicos eficientes e que funcionem
durante os quatro anos e não apenas às vésperas das eleições. Uma prefeitura
presente e atuante todos os dias. Em todas essas oportunidades pude contar com
o apoio do governador Flávio Dino. Mesmo sem ter familiares na política e ter
vindo de uma origem humilde, como a grande maioria das pessoas da minha cidade,
foi ele quem me convidou para presidir o Procon.
Você já falou publicamente de um
eventual apoio do governador a sua pré-candidatura, o que provocou até certo
incômodo aos demais pré-candidatos do grupo. Qual a situação hoje em relação a
isso? Você dispõe do apoio de Dino? Tens essa garantia da parte dele?
DJ.: O governador Flávio Dino foi
meu professor, é meu amigo e no seu primeiro governo tive a honra de ser seu
secretário e administrar duas pastas, resolver problemas para a população e
garantir resultados em pouco tempo. Registro que seu governo foi avaliado como
o mais eficiente do Brasil pelo Portal de Notícias G1, que é vinculado a esse jornal.
Hoje, estou como deputado estadual e faço parte da base de apoio do governador
Flávio Dino e posso contar com o seu apoio e confiança, bem como do próximo
governador do Maranhão, Carlos Brandão, que assumirá o governo daqui a 18
meses. Em resumo, toda essa força política foi conquistada com muito trabalho e
serviços prestados por onde passei. E, com certeza, vai nos permitir garantir a
eficiência necessária para um verdadeiro choque de gestão e resultados que São
Luís precisa e merece.
Muito tem se discutido ao longo dos
anos, o fim de um ciclo patrimonialista na política, que remonta à colonização.
Você – que já criticou esse tipo de prática -, conseguiu indicar a noiva para o
seu lugar ao deixar o Procon e assumir mandato no Legislativo, e com isso, assegurou
também a manutenção de toda uma equipe naquele órgão. Esse cenário não é
contraditório com o discurso da nova política?
DJ.: Isso é desrespeitoso com uma
mulher que tem sua própria trajetória profissional. Temos que acabar com esse
terrível machismo na sociedade e por isso terei muitas mulheres em posições de
comando na Prefeitura, como tive no Procon. A escolha da Karen foi do próprio
governador Flávio Dino, que já a conhecia bem antes de mim, e na época sequer
namorávamos. Além disso, destaco que antes de ter qualquer relação pessoal ou
profissional, ela é uma mulher que tem nome e sobrenome: Karen Barros –
advogada, pós-graduada em Gestão Pública pela UEMA, tem mestrado em Políticas
Públicas pela UFMA e possui todas as credenciais técnicas para desempenhar a
função. Não é por um acaso que sua gestão também foi muito bem avaliada. Tanto
é que até hoje o governador Flávio Dino a mantém em posição de destaque na sua
equipe, como secretária-adjunta na Segurança Pública. Por fim, convido que
leiam o diário oficial, pois poderão confirmar as dezenas de exonerações que
ocorreram após a minha saída do órgão.
Para viabilizar a sua pré-candidatura,
foi necessário deixar o PCdoB, do também pré-candidato Rubens Júnior. Na mais
recente pesquisa registrada no TSE [MA-04571/2020], o seu nome aparece na
segunda colocação em intenções de votos, e Rubens, por outro lado, com apenas
1,2% no melhor cenário [estimulada] para ele. É possível afirmar hoje que o
PCdoB errou ao não ter optado pelo seu nome para a disputa?
DJ.: Mesmo que ele tenha vindo de outros partidos, o critério adotado foi o
tempo de filiação, algo que considero natural. Com isso, segui para ouvir o
chamado das pessoas e agradeço imensamente por todo carinho, reconhecimento e
apoio popular à minha pré-candidatura à Prefeitura de São Luís. As pessoas da
minha cidade é que são a verdadeira razão de ser de minha pré-candidatura.
No início do seu mandato no Legislativo
Estadual colegas parlamentares insinuaram que algumas das proposições
apresentadas por você se tratavam na verdade de cópias de projetos já em
tramitação. Essa discussão chegou a pautar a imprensa. Você sempre negou esse
tipo de prática. O que tens a dizer para o eleitor a esse respeito?
DJ.: Enquanto alguns
pré-candidatos respondem por esquemas criminosos com emendas, licitações ou na
sua origem há condenações, o máximo que conseguem fazer contra mim é me acusar
sem qualquer fundamento de copiar projetos. Algo que nunca aconteceu. Trabalho
de forma séria e tenho uma equipe técnica. Sou o único parlamentar do Maranhão
a fazer um processo seletivo para formar minha equipe de gabinete. Na verdade,
já tive que abrir mão de projetos para que fossem aprovados, como o PL do
Anticorte, que visa proibir o corte de luz, água e esgoto às sextas, vésperas
de feriado e fins de semana.
Um tema que tem pautado a pré-campanha
em São Luís trata da suposta existência de um consórcio do Palácio dos Leões
para derrotar o deputado Eduardo Braide, hoje primeiro colocado nas pesquisas
já registradas na Justiça Eleitoral. Qual a sua posição sobre discussão toda?
DJ.: Braide precisa parar de reclamar e começar a trabalhar. São Luís não quer um prefeito apático ou escondido, como ele foi como presidente da Caema ou secretário Municipal de Orçamento Participativo. Como deputado, não fez nada de efetivo para ajudar a cidade durante a pandemia. São Luís espera por um prefeito que tenha coragem, criatividade e capacidade para resolver os seus problemas. Mostrei na prática essa capacidade quando fui presidente do Viva Cidadão e saímos de 5 para 50 unidades de atendimento, reduzindo os gastos públicos em 42% e garantindo um atendimento com qualidade, conforto, acessibilidade e segurança, inclusive em shoppings, aos fins de semana e até as 22h.
Recentemente o presidente do PSL,
vereador Chico Carvalho, admitiu interesse em apoiar a pré-candidatura de Neto
Evangelista. O partido, antes disso, discutia aliança com o Republicanos e
sustentação ao seu projeto para a sucessão em São Luís. Há ainda possibilidade
de um desfecho positivo com o PSL? Você tem conseguido avançar em outras
frentes?
DJ.: O vereador Chico Carvalho, que é o presidente estadual do PSL no Maranhão,
declarou seu apoio publicamente à nossa pré-candidatura no dia 3 de abril de
2020. Continuamos juntos e visitando a Zona Rural de São Luís quase todos os
fins de semana. Todos sabem que o vereador Chico é uma pessoa séria e que
cumpre palavra. Toda essa confusão foi criada por uma disputa nacional,
envolvendo a presidência da Câmara dos Deputados. Estamos confiantes que tudo
estará resolvido até as convenções.
DJ.: O vereador Chico Carvalho, que é o presidente estadual do PSL no Maranhão, declarou seu apoio publicamente à nossa pré-candidatura no dia 3 de abril de 2020. Continuamos juntos e visitando a Zona Rural de São Luís quase todos os fins de semana. Todos sabem que o vereador Chico é uma pessoa séria e que cumpre palavra. Toda essa confusão foi criada por uma disputa nacional, envolvendo a presidência da Câmara dos Deputados. Estamos confiantes que tudo estará resolvido até as convenções.